Dia de Gibi Novo: Flex Mentallo
Finalmente consegui ler a mini-série do Flex Mentallo inteira! Oh, glorious day! Escrita por Grant Morrison e desenhada por Frank Quitely, a história não tem o mínimo medo de ser ridícula e - inclusive por isso - é fantástica. Na verdade, Flex Mentallo é uma análise da relação entre os super-heróis e seus leitores, principalmente aqueles que se iniciaram nos quadrinhos na mesma época de Morrison (fim dos anos 60). Mas qualquer um que já amou os supercaras vai reconhecer uma série de situações - inclusive algumas constrangedoras.
A história se desencolve em duas narrativas paralelas. Em uma delas, um roqueiro suicida delira ao telefone, falando de quadrinhos. Na outra Flex Mentallo procura seu companheiro de aventuras The Fact (uma brincadeira com o Questão). Acontece que o roqueiro tagarela é o criador de Flex e, enquanto um fala, o outro tenta salvar o mundo.
Cada uma das quatro edições tem um tema diferente. Sexo, amor, visões de mundo, expectivas e a natureza da realidade são examinadas à luz das idéias que se acham nos quadrinhos. Uma das coisas mais legais é quando a realidade brilhante dos quadrinhos dos anos 60 se choca com os problemas do mundo real, como drogas que dão "percepção cósmica" e matam o usuário.
Flex Mentallo é mais uma desconstrução dos super-heróis, mas diferente da maioria ela é positiva. Vale a pena, se pudesse ser encontrado. As cópias que eu li são emprestadas: há alguns anos eu encomendei uma encadernação - que nunca saiu por conta de problemas de direitos autorais com Charles Atlas - de quem Flex é uma paródia.